quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Emily Brontë




Emily Jane Brontë (Thornton, 30 de julho de 1818 - Haworth, 19 de dezembro de 1848) foi uma escritora e poetisa britânica, autora do cultuado livro O Morro dos Ventos Uivantes (Wuthering Heights). Ela escrevia sob o pseudônimo masculino Ellis Bell.

Emily nasceu no Thornton, em Yorkshire, na Inglaterra, irmã mais nova de Charlotte Brontë e a quinta de seis crianças. Em 1820, sua família mudou-se para Haworth, onde o pai de Emily foi um curador, e nestes arredores o seu talento literário floreceu. Depois da morte de sua mãe, as três irmãs e o seu irmão Branwell criaram terras imaginárias (Angria, Gondal, Gaaldine), que aparecem nas histórias que eles escreveram. Poucos dos trabalhos de Emily neste período sobreviveram, exceto por alguns poemas (The Brontës' Web of Childbood, Fannie Ratchford, 1941).

Ela publicou, então, sua única obra em prosa, O Morro dos Ventos Uivantes, em 1847. Embora tenha recebido críticas na época em que foi lançado, posteriormente o livro foi incluído no cânone dos clássicos da literatura inglesa. Recebeu quatro versões oficiais no cinema e inúmeras adaptações.

Ela morreu em 19 de dezembro de 1848 com tuberculose e foi enterrada na igreja de St. Michael and All Angels Cemetery, Haworth, Oeste de Yorkshire, Inglaterra.






Toda a história, com poucas exceções, é contada pela testemunha ocular de todos os acontecimentos, uma governanta chamada Helen Dean, ao locatário da propriedade Thrushcross Grange, também traduzida como Granja da Cruz dos Tordos, em Gimmerton, Yorkshire, Inglaterra, enquanto este se encontrava adoentado.

O patriarca da família Earnshaw resolve fazer uma viagem e lá resolve adotar um pequeno órfão, que todos acham ser um cigano, porém sua procedência não é revelada em hora alguma da narrativa, ao qual denominam Heathcliff. Toda a afeição que o pai logo demonstra pelo menino enciuma seu filho legítimo Hindley, que acha que está perdendo a afeição do pai para o menino. Sua irmã, Catherine ou Catarina, se afeiçoa por Heathcliff. Quando o Sr. e a Sra. Earnshaw morrem, Hindley sujeita Heathcliff a várias humilhações. Este passa a ficar bruto e melancólico. Apesar do amor entre ele e Catarina, ela decide casar com Edgar Linton, por esse ter melhores condições de sustê-la que Heathcliff.

Heathcliff sai do Morro dos Ventos Uivantes e, quando volta, está rico, chamando a atenção de Catarina e despertando ciúmes em seu marido. Catarina tem uma filha de Edgar e morre logo em seguida. Heathcliff resolve se vingar de Edgar e de Hindley.

Primeiro se casa com Isabel, no idioma original referida como Isabella, irmã de Edgar. Logo após, Isabel lamenta-se de ter se casado com Heathcliff, abandona-o e tem um filho chamado Linton, enquanto está longe de seu marido. Hindley cai no vício do jogo e da bebida e perde todos os seus bens para ele. Hareton, filho de Hindley, consequentemente, fica sem herança - mas apesar disso, considera Heathcliff uma pessoa de alta moral, não permitindo que se falasse mal de sua pessoa. Antes da morte de Edgar, Heathcliff casa Linton e Cathy (filha de Catarina e Edgar). Cathy descobre-se sem bens, quando seu marido Linton morre e Heathcliff apresenta um testamento onde seu filho lhe passava tudo quanto possuía. Pensando já ter se vingado, percebe nos últimos descendentes das casas da Granja da Cruz dos Tordos e do Morro dos Ventos Uivantes o olhar de seus antepassados e a paixão entre os dois, morrendo só em sua loucura e solidão. Como último desejo é enterrado junto com Catarina, seu grande amor. Deste dia em diante muitos juram ver sempre um casal vagando pelas charnecas do Morro.



Personagens centrais

Heathcliff
Personagem masculino central da trama. Caracterizado como apaixonado, atormentado e vingativo, sentimentos tão fortes em sua personalidade que chegam a beirar a loucura. Ao saber do noivado de sua amada Catarina com seu rival Edgar, Heathcliff deixa o Morro dos Ventos Uivantes; retorna anos mais tarde, rico e com sede de vingança por ter sido privado de ficar com Catarina. Quer despejar seu ódio sobre todos os que considera culpados por seu sofrimento, sentimento este que se intensifica após a morte de Catarina. Não contente em se vingar dos seus contemporâneos, vinga-se também na geração seguinte, mais precisamente nos filhos de Catarina e de Hindley.

Ele é considerado como um arquétipo do herói byroniano, cuja paixão é tão intensa que chega a destruir a si mesmo e aos outros a seu redor.



Catarina Earnshaw
Nota: Catherine Earnshaw, no original.

Jovem mimada, de espírito livre, ama Heathcliff tanto quanto ele a ama, porém não o considera digno de que seja seu marido. Casa-se então com Edgar Linton. Anos mais tarde, após o retorno de Heathcliff, as constantes disputas dos dois homens sob seu amor a deixam debilitada mental e fisicamente. Ela morre ao dar à luz sua única filha. Ela é um dos personagens mais complexos da trama, pois fica dividida entre o amor e o dinheiro.



Uma das várias adaptações da obra para o cinema : grande filme!




Interpretação Psicológica


Interpretação Freudiana

A interpretação a seguir é de Linda Gold. Pela teoria freudiana, Catherine seria o ego, Heathcliff, o id, e Edgar, o superego. Heathcliff (id) exterioriza impulsos primitivos; o id não é afetado pelo tempo, o qual parece não existir. Catarina (ego) relaciona-se com outras pessoas, testa o id contra a realidade. Edgar (superego) representa as regras do bom comportamento e da moral.

Catarina rejeita Heathcliff por uma avaliação realista que ela faz de seu possível futuro com ele e das vantagens de um futuro com Edgar. Ela opta pela segurança do superego em detrimento da obscuridade do id. Mas para uma pessoa ser completa, ela necessita não só de seu ego e superego, mas também do id. Então ela espera que Edgar aceite Heathcliff em suas vidas, o que levaria à integração de sua personalidade. Quando seus planos não funcionam, ela perde a esperança em que seu desejo se torne realidade; sua personalidade fica fragmentada. Ela morre.

A filha de Catarina, Cathy Linton, seria uma continuação da primeira, isto é, mãe e filha representam o desenvolvimento de uma personalidade. Sua filha consegue o que ela não conseguiu: unir id, ego e superego, através de seus dois casamentos.

Uma outra interpretação : Por que o Morro/Charneca? O morro ou a Charneca na história por sua frivolidade representa a loucura e a insanidade do amor, como descrito pelo professor Chargllium.



Interpretação jungiana

A sombra
No inconsciente coletivo, a sombra representa o mal. No inconsciente pessoal, seriam aqueles desejos inaceitáveis, por razões éticas ou morais, seria o "lado negro" da natureza humana. Heathcliff seria a sombra de Catherine. Ela rejeita essa parte do seu eu casando-se com Edgar, por isso Heathcliff some da vida deles. Mas a sombra recusa-se a ser sumprimida permanentemente, e volta, como explica Jung.



Anima/animus
Heathcliff é o animus de Catarina, que é a anima de Heathcliff. Seria como se fossem almas-gêmeas. O profundo senso de conexão e identidade entre eles pode ser exemplificado pela fala de Catarina: "eu sou Heathcliff", e também pelas referências que Heathcliff faz dela (ela é sua vida e sua alma). Contudo, Heathcliff não consegue entender e superar sua necessidade de ter Catarina, já que ela também o ama. Sendo assim, ele chega à conclusão de que eles deveriam ficar juntos.



Monomania

Pela psicologia do século XIX, contemporânea ao romance, Heathcliff sofre de monomania. É uma doença onde a pessoa vai a extremos, causada por ambição, amor perdido, medo, etc



Nenhum comentário:

Postar um comentário