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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Góticos...muito além dos esteriótipos.



Nos últimos anos, temos visto um grande número de informações sendo divulgadas sobre "góticos", sem critério e conhecimento empírico. Infelizmente, estas informações favoreceram o surgimento de inúmeros mitos e consagraram alguns equívocos, emergindo um inesgotável acervo de rótulos, teorias e denominações, muitas vezes precipitadas e não coerentes, tanto à Subcultura Gótica/Darkwave quanto à Cultura Obscura. Devido a alguns fatores comuns, a cultura obscura surgida em meados da década de 90, foi associada à subcultura gótica que se consolidou na década de 80. Os adeptos da cultura obscura foram, genericamente, denominados góticos. Partindo deste princípio, aspectos comportamentais e artísticos da cultura obscura foram classificados como "goticismo". Sendo que este termo, originalmente, refere-se apenas à Literatura Gótica. Desse modo, as duas manifestações, subcultura gótica e cultura obscura, que são significantemente distintas, mas também cultivam pontos comuns, foram erroneamente classificadas como uma mesma manifestação.


A associação entre cultura obscura e subcultura gótica, gerou um falso conceito de que a cultura obscura seria uma "evolução" da subcultura gótica. Esta idéia pode ter sido indiretamente fortalecida pela indústria fonográfica especializada e suas distribuidoras, e por revistas que atuam no segmento do Metal, ao difundir o Gothic Metal, um dos gêneros musicais mais consumidos na cultura obscura. O rótulo Gothic Metal faz pressupor que este seria um "novo estilo que fez ressuscitar a extinta subcultura gótica". Mas é preciso salientar que a subcultura gótica nunca se extinguiu; pelo contrário, mantém-se ativa e renovada desde sua origem nos anos 80. Portanto, em hipótese alguma, a cultura obscura é, nem pode ser considerada, uma evolução ou um aprimoramento da subcultura gótica.
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O termo Gótico:


Originalmente, o termo gótico significa apenas relativo a Godos ou proveniente deles. Porém, é notório que o termo é utilizado, pelo menos, desde o século XV, para designar algo que não possui relação com seu significado primitivo. Como exemplo, no período da Renascença, o termo foi utilizado para referir-se, de forma depreciativa, à arte escolástica medieval, classificando-a como "arte gótica". Ainda, gótico classificou um subgênero literário surgido no século XVIII que remetia à Idade Média sob uma visão sombria. Recentemente, a partir da década de 1980, passou a denominar a subcultura que emergia naquele momento. Neste caso, o termo Gótico é aplicado como "sinônimo" de imaginativo, irracional; "que ousa penetrar nas trevas da mente e terrível condição humana". O termo divulgado pela mídia e adotado por algumas bandas prevalece a partir de 1983/84. Por outro lado, o termo gótico, se aplicado à cultura obscura e seus adeptos, pode fazer sentido se considerado que o mesmo foi utilizado, no século XVIII, para classificar a Literatura (gótica), como sinônimo de obscuro ou medieval, sendo estas características muito presentes na cultura obscura. Portanto, neste caso, gótico é utilizado com um significado já existente, e aplicado numa outra situação. Atualmente, o conceito brasileiro do significado do termo gótico, quando aplicado à subcultura, é muito amplo. Alguns consideraram gótico, boa parte do que foi produzido musicalmente a partir de meados da década de 1980. Ainda, considerando o termo gótico, quando aplicado à cultura obscura e seus adeptos, este conceito amplia-se mais.
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Temas & Abordagens:


O que define uma determinada corrente artística, filosófica ou sócio-comportamental, por exemplo, não são apenas os temas adotados, mas principalmente a abordagem, ou seja, a forma como estes temas são trabalhados, interpretados e expostos. Este conceito também pode ser usado para definir com mais clareza algumas diferenças entre subcultura gótica/darkwave e cultura obscura. Muitas vezes, ambas abordam temas comuns sob perspectivas distintas.A expressão artística da subcultura gótica, não se baseia em temas específicos, mas principalmente, em uma abordagem própria. Já a cultura obscura faz uso de uma variedade menor de temas. Porém, para a produção artística da cultura obscura, os temas são, proporcionalmente, mais significativos do que na subcultura gótica; e as abordagens são feitas, geralmente, através de uma perspectiva romântica.Por exemplo, quando abordamos determinados temas comuns, a subcultura gótica pode interpretá-los através de uma perspectiva vanguardista. Por outro lado, a cultura obscura os interpreta sob um ponto de vista romântico. A banda inglesa Joy Division pode ser citada como um exemplo simplificado. Na cultura obscura, Joy Division é valorizado principalmente pela atmosfera noturna de suas músicas; além do "mito romântico" que Ian Curtis tornou-se após o suicídio. Na subcultura gótica, estes fatores não são tão significativos, abordando principalmente, a música.
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Fonte(s):

http://www.coladaweb.com/porliteratura/g

http://pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_…

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_g%C3%B3tica

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Gótico designa uma fase da história da arte ocidental, identificável por características muito próprias de contexto social, político e religioso em conjugação com valores estéticos e filosóficos e que surge como resposta à austeridade do estilo românico.

Este movimento cultural e artítico desenvolve-se durante a Idade Média, no contexto do Renascimento do século XII e prolonga-se até ao advento do Renascimento Italiano em Florença, quando a inspiração clássica quebra a linguagem artística até então difundida.

Os primeiros passos são dados a meados do século XII em França no campo da arquitetura (mais especificamente na construção de catedrais) e, acabando por abranger outras disciplinas estéticas, estende-se pela Europa até ao início do século XVI, já não apresentando então uma uniformidade geográfica.

A arquitectura, em comunhão com a religião, vai formar o eixo de maior relevo deste movimento e vai cunhar profundamente todo o desenvolvimento estético.

A história do movimento gótico remonta ao fim dos anos setenta, na Inglaterra, embora esta expressão, que lembra sentimentos melancólicos, tenha sua origem em tempos ancestrais. Neste período, marcado pelo declínio da estética punk, surge uma banda – o Joy Division -que se enquadra nas características do que viria a ser chamado de gothic rock, o qual destoa de tudo que era então ouvido.

Ian Curtis, o líder do grupo, traduz toda a tristeza e desencanto próprios do movimento, mixando acordes clássicos aos sons vibrantes do rock característico desta fase gótica. Ele segue uma forte tendência musical originária da Alemanha, a qual se soma à atuação dos românticos modernos dos anos 80. É desta combinação de elementos culturais que nasce o movimento gótico.

Em plena década de 80 era démode ouvir e tocar rock. Daí a expressão ‘gótico’ significar, neste contexto, tudo que estava fora de uso. É neste cenário que desponta o Joy Division, já trazendo em sua bagagem as principais características do movimento gótico, a exploração de temas como a morte, sentimentos de profunda tristeza, abatimento moral, tudo em tons lúgubres.

Mas, seguindo a instabilidade vigente nesta nova estética, o grupo não permaneceu ativo muito tempo, e sua performance culminou no trágico suicídio de Ian Curtis. Mas eles foram apenas os pioneiros, e em sua rasteira surgem outras bandas importantes, como Bauhaus; The Cure; Siouxsie and the Banshees; The Cult; The Sisters of Mercy; The Mission, entre outras.

Outras questões perturbadoras são adotadas por estes ícones culturais, que expressam a ausência de perspectivas, a desesperança, os desencantos afetivos, e outras inquietudes sombrias que pairam sobre a alma humana. A estética gótica também está presente nos figurinos, nos quais predominam as roupas escuras, especialmente as pretas e em tons roxos; na maquiagem, com os olhos bem marcados nas tonalidades pretas; e nos cabelos desgrenhados.

O Bauhaus é outra banda significativa deste período. Seu vocalista, Peter Murphy, magnetiza o público com sua voz grave e melancólica, que se insinua sob uma melodia forte, intensa. Eles gostavam de enfocar a morte, criaturas vampirescas, morcegos e ritos de natureza pagã. O The Sister of Mercy também cultiva, em Andrew Audrith, a voz rouca e depressiva, típica do rock gótico.

O movimento gótico não se resumia apenas a atitudes estéticas e musicais, ele traduzia uma nova atitude diante do mundo, mais interiorizada, instrospectiva, expressando o que seus adeptos sentiam com relação à existência. Eles se autodenominavam góticos, pois compartilhavam a mesma paixão pelo som que cultuavam.

Isto levou alguns de seus membros a procurarem referências em outros períodos, tentando encontrar um ponto de sustentação na arte produzida na Idade Média, ou na literatura romântica e simbólica, principalmente na sua vertente mais sombria. Eles passaram a ler autores como Bram Stocker, Edgar Alan Poe, Baudelaire, Rimbaud, entre outros. Muitos passaram a se identificar também com símbolos místicos como as cruzes, pentagramas, entre outras imagens mitológicas.

O estilo gótico, conhecido como a Arte das Catedrais, desenvolveu-se na Europa, especialmente na França, durante a Idade Média, no florescer do Renascimento do Século XII – uma era de transformações políticas, sociais, culturais e econômicas que ocorreu na Europa Ocidental. Este movimento vem se contrapor à severidade da escola anterior, a românica, desenvolvida principalmente em Portugal. A arte gótica vigora na Europa até a chegada do Renascimento Italiano, quando o classicismo romperá com esta linguagem artística.

Na arquitetura surgem os primeiros sinais do nascimento do estilo gótico, que se estende depois por todas as esferas estéticas. Na cultura arquitetônica tem grande peso a espiritualidade, que definirá seus rumos enquanto predominar esta prática. A França, neste período, passa por importantes mutações, tanto nos planos comercial e urbano, quanto na centralização política, sinalizando assim o princípio da crise no sistema feudal. Porém, mesmo neste contexto, a religião ainda sustenta uma grande força, apoiada principalmente nas Cruzadas.

No princípio este movimento é conhecido como Arte Francesa, sendo conhecido por estilo gótico quando se contrapõe aos valores renascentistas, ou seja, em seu declínio. Seu nascimento se dá exatamente durante a reconstrução da Abadia Real de Saint-Denis, entre 1137 e 1144, nos arredores de Paris. Na edificação deste convento já se encontram sinais da exaltação da realeza e do louvor da religião, visando atrair mais crentes para a Igreja. Sua cabeceira é copiada das que existem nas igrejas de peregrinação – com abside, deambulatório e capelas radiantes. A arquitetura passa por um grande avanço neste momento, colaborando com a criação de abóbadas de nervuras, sustentadas por contrafortes externos, liberando assim o interior das igrejas, garantindo-lhes assim uma leveza maior.

A construção de grandiosas igrejas, neste período, sofreu uma grande influência da Escolástica, escola filosófico-religiosa que propiciou um desenvolvimento mais racional da Ciência e estabeleceu Deus como um ser supremo. As paredes cumpriam o papel de base espiritual, enquanto os pilares simbolizavam os santos. Os arcos e as nervuras eram os caminhos que conduziam a Deus. Os vitrais pintados e decorados instruíam o povo, com suas cores, histórias e narrativas extraídas da Bíblia. As construções góticas foram verticalizadas e de certa maneira desmaterializadas, e havia um intenso cuidado com a distribuição da luz no espaço. Houve duas novidades no campo da arquitetura que contribuíram para isso – o arco construído em ponta e a abóbada cruzada, que propiciou recobrir espaços quadrados, curvos ou irregulares. Mas a maior inovação deste estilo foi o arco de ogiva.

Encontra-se a escultura gótica nas fachadas, nos tímpanos e portais das catedrais. Ela aparece como elemento independente na Catedral de Chartres, embora continue ligada à Igreja. Complementar à arquitetura, era produzida independentemente e depois inserida no interior da igreja. Ela buscava expressar o ideal divino, através de formas naturalistas. No início, as estátuas eram desprovidas de movimento, predominava a verticalidade, o que causava uma sensação de invisibilidade. A frontalidade está ausente dessas obras, o que a diferencia das escolas anteriores, e com o tempo elas assumem a idéia de movimento. Surgem as primeiras imagens de diálogos nos portais.

A pintura tinha o objetivo de tocar as emoções de seus observadores ao retratar cenas que transmitem leveza e pureza espiritual, com cores claras e toques naturalistas e simbolistas. A luz iconográfica foi substituída pelos fundos dourados, técnica aplicada também na pintura mural, nos retábulos e nas iluminuras dos livros. Presente inicialmente nos vitrais das catedrais, a pintura adaptou-se à inevitabilidade das narrativas educativas do interior das igrejas. Após o apogeu desta modalidade, as iluminuras retornam ao palco principal da pintura.

A arquitetura gótica é uma forma de expressão que se situa, historicamente, entre a arquitetura românica – vigente no continente europeu no século X – e a arquitetura renascentista – responsável por uma significativa ruptura na história da arte de projetar e construir edifícios.

Esta modalidade arquitetônica evoluiu no solo francês durante o período conhecido como Idade Média; no início era denominada ‘obra francesa’. A expressão ‘gótico’ surgiu apenas no fim doRenascimento, com uma conotação pejorativa. O núcleo central deste estilo, que nasceu no final do século XII, e depois se disseminou pela Europa Ocidental, vigorando até o século XV no território italiano, é o arco de ogiva, embora ele também esteja presente em outras Arquiteturas.

Este elemento predomina especialmente nas regiões mais intensamente influenciadas pelos mouros. Assim, ele pode ser encontrado na catedral românica de Monreale, no românico espanhol e até no estilo provençal. Em algumas outras obras deste período, porém, ele é substituído pelo arco de volta completa, como na Catedral de Chartres. Assim, ele não é tão determinante do Gótico.

Em meados do século X, a Europa se encontrava em um estado crítico, e a autoridade do rei era questionada. O continente então se reorganiza socialmente e nasce o sistema feudal. A França, como outras regiões, via-se na iminência de ser invadida; neste contexto, a população se escondeu nas suas raras e frágeis fortalezas.

Ao longo desta era foram produzidas esculturas, pinturas e outras expressões artísticas que retratavam o pavor das pessoas, que intuíam as guerras, a fome, e outras tantas catástrofes previstas pela Igreja. Alguns séculos mais tarde, com as profecias frustradas, a ocorrência das Cruzadas e a decadência do Feudalismo, surge o então chamado Estilo Francês, que logo se irradia por toda a porção da Europa Medieval.

A primeira obra francesa no etilo gótico é a Basílica de Saint-Denis, situada na Ile-de-France, atualmente Paris, a capital da França. Com a volta dos reis ao poder, o povo, em festa, dirige-se às igrejas e catedrais. Os arquitetos optavam então por ambientes repletos de luzes, ausentes na Arquitetura Românica, mas bem presentes no gótico.

Esta concepção arquitetônica apresenta abóbadas amplas e altas, sustentadas por pilastras ou colunas. Elementos denominados arcobotantes e contrafortes eram responsáveis pela manutenção do equilíbrio da construção, procurando compensar o peso desmedido das abóbadas. Vitrais e rosáceas tomam o lugar de densas paredes. Estes aspectos constituem as características principais de uma arquitetura considerada pura.

Esta arquitetura é hoje considerada Patrimônio Mundial da UNESCO, e pode ser contemplada em catedrais como a de Notre-Dame, Chartres, Colônia e Amiens, em toda sua glória e realeza, verticais no seu diálogo com o sagrado.
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Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_gótica

http://www.spectrumgothic.com.br/gothic/gotico_historico/arquitetur...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_românic

ahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_renascentista

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