Andava apressado, não poderia perder o metrô, ou teria problemas com Elena; ela andava alienada ultimamente, com idéias estranhas...talvez fosse o recente parto de Julie, tão linda, mas a deixava inquieta e perturbada.
Cheguei na hora do jantar e Elena disse:
- Lave-se, o jantar está quase pronto.
O cheiro estava delicioso e antes de banhar-me, fui brincar com meu velho amigo Max, um belga à muito da família, não o encontrei....deve ter fugido, de novo, para namorar...logo voltará!....bem, Julie àquela hora dormia e resolvi dar-lhe o beijo de boa noite, quando fosse dormir também.
Elena estava mais estranha que "o normal", serviu-me ensopado de carne com legumes que devorei faminto; ela olhava fixamente a pia e, para puxar conversa, perguntei do Max. Ela disse:
- Aqui. ....
- Aqui?? onde?? ( não o vira ao chegar ).
Só então reparou na pia que a mulher insistentemente olhava, levantou-se horrorizado, sangue manchava toda superfície da pia, caiu ajoelhado, vomitando e, aos berros, perguntou:
- O que fez?!
Pensamento terrível ocorreu-lhe, correu desesperado para o quarto da pequena Julie que...dormia como anjo que era. Trancou a porta do quarto da filha e ligou para John, irmão de Elena....voltou para a cozinha, Elena, de pé, mantinha as mãos na pia, naquele rubro mar sanguineo....aproximou-se mais e ...oh! horror!!!...na pia a cabeça de Max, lingua estirada para fora, olhos vazios....olhou, aterrado, do cão para a mulher, ela agora com um cutelo nas mãos sangrentas, ia na direção do marido petrificado dizendo:
- Preciso terminar o jantar!
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