Vemos diversos trabalhos biotecnológicos surpreendentes surgindo, aliviando sofrimentos e trazendo esperança!
Próteses "comandadas pelo cérebro", chips ligados à órgão transmitindo
sensações externas aos pacientes ou deficientes auditivos, que passaram
a ouvir e interpretar sons, órgãos artificiais ou similares biológicos,
substituindo os debilitados, prolongando e melhorando a condição de
vida dos pacientes.
Encantados com tantas maravilhas, esquecemos o caminhar ético da
humanidade. Será que, moralmente evoluímos em paralelo à ciência, ou
utilizaremos todo esse manancial científico/ tecnológico amoralmente?
Privilegiando uns, "avaliando merecedores" das novas tecnologias...
creio que o equilíbrio entre moral/ética e ciência devam andar juntas,
entrelaçadas, para não decaírem em fanatismos morais ou endurecimento
científico.
As pesquisas com células tronco, mostraram um caminho, uma luz aos
necessitados, as super próteses novos horizontes e os chips a
associação homem-máquina, haverá um limite para tanta mudança? Ou
perderemos aos poucos, com os órgãos substituídos, a nossa humanidade?
Ser humano é um conjunto precioso de atividades, fatos, experiências, e
não há próteses, chips ou transplante para alma. Somos únicos e
insubistituívei...não quero com isso parecer contrária aos uso da
ciência para recuperação da vida ou da saúde, mas que seja com ética,
para não surgir um novo, perigoso e invencível monopólio: o da vida
humana!
Se podemos realizar intervenções intrauterinas, salvando mães e bebês,
curar ou minimizar doenças degenerativas, devolver a alegria à
amputados ou desprovidos de movientos...façamos, mas enxergando ali um
ser humano, com medos, sonhos, expectativas, não uma mera cobaia,
vazia, sem alma.
Ariadne.
Coração artificial
Segue abaixo um texto para informação:
Brasileiro controla, com a mente mão biônica em testes.
Pierpaolo Petruziello, 27, um brasileiro filho de italianos que perdeu
o braço esquerdo num acidente de carro, conseguiu fazer movimentos
precisos com uma mão robótica, usando para isso a força de mente.
Eletrodos ligados ao que restou do braço de Petruziello permitiram que
as mensagens vindas de seu cérebro fossem transmitidas à mão
artificial, anunciaram nesta quarta-feira (2) pesquisadores do Campus
Biomédico, instituição de pesquisa de Roma. "Foi maravilhoso conseguir
isso e saber que os resultados poderão ajudar outras pessoas", disse o
paciente à Folha.
Com a ajuda do membro biônico, que não chegou a ser implantado
diretamente no corpo e ficou conectado por 24 dias, Petruziello
conseguia fazer uma série de movimentos diferentes, mexendo dedos
individualmente e usando a mão como pinça para agarrar objetos.
"A abordagem que seguimos é natural", diz Paolo Maria Rossini,
neurologista que coordena a pesquisa. "Ele não tinha de aprender a usar
os músculos a fazer um serviço diferente do natural. Só precisava se
concentrar muito e enviar à mão robótica as mesmas mensagens que
costumava mandar para a própria mão", afirma Rossini.
Torcedor
Petruziello, que é assessor parlamentar da Assembleia Legislativa do
Paraná e conselheiro do Coritiba, time do qual é torcedor fanático,
conta que perdeu o braço há três anos, ao tentar desviar de um pedestre
embriagado que entrou na frente de seu carro. O pai do paciente ficou
sabendo da pesquisa italiana e escreveu para a equipe científica, que
se dispôs a testar a ideia com o brasileiro.
"Passei por uma bateria de testes psicológicos. O treinamento para
aprender a mexer a mão foi sacrificante, exigia um esforço mental acima
da média. Eu imaginava que a prótese era parte do meu corpo e tentava.
Muitas vezes acaba cansando, até porque chegava a ficar oito horas por
dia no treino", afirma Petruziello. Ele diz estar ciente de que a
pesquisa está apenas no começo.
A chamada interface cérebro-máquina é uma das áreas mais férteis da
neurociência hoje. Um dos expoentes é o brasileiro Miguel Nicolelis, da
Universidade Duke, cujo objetivo é fazer com que até tetraplégicos
possam mexer um exoesqueleto robótico. Ao que parece, o cérebro é capaz
de "representar" o membro biônico como se ele fosse parte do corpo do
paciente.
http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2009/12/03/brasileiro-contro...
Implantes de aço inoxidável cada vez mais resistentes à corrosão
Uma pesquisa do Instituto de Química da USP avaliou a resistência à
corrosão de diversos tipos de aços inoxidáveis, usados em implantes
ortopédicos. Os resultados indicam que as ligas têm obtido cada vez
mais estabilidade, o que contribuirá para aumentar a meia-vida de
próteses dentro do organismo, evitando procedimentos médicos para dar
manutenção nas próteses.
"Nosso estudo confirmou que as ligas mais recentes resistem melhor à
corrosão por pite - um tipo de desgaste localizado que se dá a partir
do rompimento do filme de óxido que protege a superfície do aço. Agora
estamos estudando os elementos responsáveis pela estabilidade, para
desenvolvermos materiais ainda melhores", afirma Ruth Villamil, autora
da pesquisa desenvolvida no Instituto de Química da USP.
Em sua pesquisa, a química mediu a oxidação sofrida por amostras de
aços imersas em uma solução ácida, que simula as condições
eletroquímicas de uma infecção no corpo humano. A primeira amostra,
denominada 316L, teve a mais alta reatividade, o que explica a
diminuição de seu uso médico, praticamente em todo o mundo, embora
ainda tenha sido usado no Brasil até 5 anos atrás, segundo informa o
chefe da Ortopedia da Santa Casa de São Paulo, Marcelo Mercadante. Já o
aço F138, o mais utilizado nos implantes ortopédicos no Brasil, teve
desempenho regular. Enquanto o aço 5832-9 (categoria definida pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas), ainda não regularizado para
este fim no país, apresentou estabilidade química superior, graças ao
alto teor de nitrogênio na sua composição o que o torna mais resistente
à corrosão. Este aço foi desenvolvido na Europa e já é produzido no
Brasil, porém ainda não está sendo usado como prótese, pois ainda
aguarda a regulamentação para o seu uso pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa).
"É preciso que a legislação se adapte com mais agilidade aos avanços
científicos, assim como é necessário que os médicos se conscientizem
dos problemas da corrosão e se atualizem para recomendarem materiais
menos danosos para os usuários", diz Sílvia Maria Leite Agostinho,
coordenadora do Laboratório de Eletroquímica, onde o estudo foi
desenvolvido.
Agostinho pontua, no entanto, que para que esses tipos de aço sejam
considerados definitivamente superiores para a confecção de próteses
será preciso desenvolver ligas de aços sem níquel, visando diminuir as
reações alérgicas que ocorrem nos implantes, atribuídas a esse metal.
Os trabalhos estão sendo feitos em parceria com a empresa Villares
Metals e com o Hospital Santa Casa de Misericórdia.
Atualmente o aço inoxidável é bastante utilizado na ortopedia. Eles
entram na composição de próteses (quadril, cotovelo e joelho) e
material de osteossínteses, que são hastes, placas e parafusos
utilizados para a consolidação de fraturas. Esses materiais, quando em
contato com o meio ácido do tecido humano, sofrem desgastes e constante
risco de oxidação, podendo causar hipersensibilidade, ou a necessidade
de uma nova cirurgia para manutenção. Conseqüentemente, aumentam as
despesas para os pacientes ou instituições públicas de saúde.
Os materiais mais empregados em próteses permanentes são as ligas de
titânio e de cromo-cobalto-molibdênio, mas elas apresentam a
desvantagem de serem caras. No Brasil, elas custam cerca de US$ 2,5
mil, enquanto as de aço inoxidável saem por US$ 700.
Segundo Tomaz Puga Leivas, especialista em Biomecânica do Instituto de
Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas, em São Paulo, "os
materiais de osteossíntese usados para consolidar fraturas ósseas, têm,
geralmente, uma vida útil bem definida, sendo retirados assim que osso
se restabelece, antes que a corrosão o danifique. No entanto, as
próteses ortopédicas têm uso por tempo prolongado e sofrem com o meio
altamente agressivo que constitui o organismo humano, cujos fluidos,
ricos em cloreto de sódio, estimulam a corrosão". Assim, próteses que
deveriam acompanhar o paciente durante a vida inteira, duram no máximo
cerca de 15 anos.
A segurança de produtos como próteses de joelho, de quadril, placas
para fixação de ossos, parafusos e hastes, foi discutida em fevereiro
durante o "I Fórum de Segurança Sanitária de Produtos para Ortopedia",
evento promovido em conjunto pela Anvisa, pelo Instituto Nacional de
Traumato-Ortopedia, que integra o Ministério da Saúde, e pela
Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes.
Sérgio Madeira, coordenador do evento, explica que enquanto os Estados
Unidos fazem 800 mil cirurgias anuais envolvendo implantes ortopédicos,
o Brasil realiza apenas 20 mil. "Em pelo menos dois grandes hospitais
de São Paulo a fila de espera por um implante chega a dois anos, o
aumento da fila ainda piora mais devido à má qualidade dos implantes,
pois muitos pacientes apresentam desgaste precoce dos materiais ou
perda da fixação óssea e têm que ser reoperados depois de 3 ou 4 anos,
ou até menos". Isto significa riscos muito mais graves e inaceitáveis,
acredita Madeira, pois a maior demora na colocação de novos implantes,
mantém deficiente a pessoa que, com a prótese, poderia voltar a
trabalhar e tornar-se auto-suficiente, deixando de ser um ônus para a
família e a sociedade, além de ser custoso para o SUS e para o país.
Aços inoxidáveis
Os aços inoxidáveis foram descobertos, em 1912, e são formados por
ferro e cerca de 12% de cromo, um dos principais responsáveis pela
resistência à oxidação. Isso porque, a partir de um determinado valor e
em contato com o oxigênio, o cromo permite a formação de uma finíssima
película de óxido de cromo na superfície do aço, película impermeável e
insolúvel aos meios corrosivos usuais. Na verdade, esse tipo de aço
oxida, mas é mais resistente à corrosão. Além do ferro e do cromo
outros elementos como o níquel, molibidênio e titânio entram na
composição da liga, a presença ou não desses elementos caracteriza a
estrutura, propriedades mecânicas e o comportamento final do aço
inoxidável. Além do aço inoxidável, outros metais como o titânio e
alguns polímeros como o silicone, são considerados biocompatíveis ao
corpo humano, ou seja, não reagem em contato com o tecido humano, por
exemplo provocando inflamações.
Elizete Rodrigues para Revista ComCiência
Fica a pergunta, estes "progressos científicos" visam APENAS o bem estar humano e social?
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